Escrevendo por aí... #2 - Algo sobre revistas, espera e telefones.

Algo sobre revistas, espera e telefones.

“As coisas acontecem quando tem que acontecer.” Foi o que eu li hoje pela manhã, nessa revista que acabei de colocar de lado. O tempo está passando, e vai que hoje acontece, não é mesmo? Forças para levantar eu encontro sabe-se lá onde, depois da noite de ontem... Paro tudo que estou fazendo, lembro da sua boca na minha e corro para pegar o celular. NADA, nenhuma notificação, ou seja, nenhuma mensagem.

O que eu estava fazendo mesmo? Banho, eu ia tomar um banho. Mas depois de lavar os cabelos, minhas forças vão esvaindo e não estou com vontade de fazer mais nada. Recolo o pijama e deito na cama novamente. Acho que vou esperar o dia passar. O céu clarear, o café cheirar e o telefone tocar. Expectativas, expectativas e expectativas...

E pensando na frase que li, começa me inquietar a alma, sabe? Praticamente começo a me coçar tamanha a indignação que começa a me corroer. Porque as coisas até podem acontecer quando tem que acontecer. Mas prefiro acreditar que as circunstâncias da vida quem faz sou eu...

Levanto e troco meu pijama. Pensamento positivo sempre, “Acorda garota, às vezes a nossa alma precisa de uma sacudida.” Primeiro passo: Lavar o rosto e deixar para trás os medos, isso não significa que não tenho que teme-los, mas sim que sou corajosa o suficiente para começar a conviver com eles, até conseguir superar.

Abrindo a janela, veja só... O quarto clareou. A frase que deveria estar na revista devia ser: “Às vezes temos que clarear os cômodos aos poucos e então quando piscar os olhos, tudo está claro e bem arejado.” Sorrindo percebo que o dia já clareou e não dependeu de um milagre e sim da minha atitude de abrir a janela.

Ânimo. Terminando de coar o café... O cheiro inundou a casa toda. E sentada no sofá com minha xícara... Ah, como a solidão me faz um ser humano melhor, como esses momentos me fazem refletir sobre quem eu realmente sou e do que sou capaz. E claro, me lembrar da noite anterior, e que noite, hein?

Não vou mais me apegar a essa revista. Peguei o celular e mandei um oi. Chega de conselhos baseados em experiências que não são as minhas. E quando encosto o celular no sofá, me aconchego e sinto o gosto do café na boca... Fecho os olhos e tudo que consigo ouvir é o som do celular tocando. TOCANDO? Para tudo, porque o coração acaba de disparar e qual nome está na tela?

- Oi?

- Oi! Estava te esperando, para ter certeza que estava acordada.

Depois de uma longa conversa e um convite para um cinema mais tarde. Posso e consigo aceitar que algumas coisas acontecem apenas quando tem que acontecer, mas que primeiro e antes de qualquer coisa você deve fazer suas próprias chances. Com as janelas abertas e sol claro lá fora. De roupa limpa e café tomado. As coisas realmente acontecem quando tem que acontecer. E por favor, não ouça mais conselhos de revista, elas não foram escritas baseadas na sua experiência.

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