O que aprendi com o Pequeno Príncipe?

"[...] É preciso que a gente se conforme em arrancar regularmente os baobás logo que se distingam das roseiras, com as quais muito se parecem quando pequenos. É um trabalho sem graça, mas de fácil execução."

Durante a leitura de "O Pequeno Príncipe", um dos meu trechos favoritos é sobre as arvores de Baobá, que devem ser arrancadas assim que nascem, ou então tomam conta de todo o solo do seu planeta. Quantos são os Baobás que carregamos em nossos corações?

Fazendo uma analise, daquelas rápidas, fecha o olho, pensa um pouquinho e abre o olho. O que tem no seu coração? Quantos Baobás? Quantas flores? Ou até mesmo quantos vulcões? Não consegue? Vou te ajudar, eu mesma precisei de uma analise mais longa.

Fecha os olhos de novo. Analisa a coisa toda. O que pesa mais? Aquilo, que você não pode nem sequer mencionar, senão fica insuportável carregar aquele peso. Esse é o Baobá. Ele é desnecessário, é grande demais para se carregar. Mas se ele cresceu até esse ponto a culpa é sua. Porque você foi preguiçoso ao lidar com ele. Você poderia ter feito diferente.

Eu vou ser ousada nesse ponto, e te dizer que eu tenho um ou dois Baobás em bonsai. Sabe aquelas miniaturas que você cultiva? Eu deveria me desafazer deles, mas não consigo. Na verdade é tudo um progresso de árvores enormes, consegui transformar em coisas que não pesam, mas que eu mesmo tempo ainda estão lá. 

O importante é ir lidando com eles, e não deixar com que eles cresçam e tomam conta de todo seu coração.

As flores são para serem cultivadas, e dia após dia me orgulho de ter cultivado um pequeno jardim. Com o tempo é importante que você perceba que quantidade não é igual qualidade, antes poucas e lindas flores, do que um jardim cheio e que você não conheça todas as suas flores. Cada uma tem seu cheiro, sua cor e o importante é que você conheça e saiba apreciar cada uma delas.

Os vulcões, bom, eu encaro como memórias, as mais vivas e as mais adormecidas. São os vulcões que constroem aquilo que somos. E uma vez lá, eternamente estarão lá. Cabe a cada um como vai cuidar deles. O importante é que você decida o poder que vai dar a cada um deles. 

Agora feche os olhos, imagine seu coração. O poder de mudança está em você, vá os poucos fazendo suas mudanças e aos poucos você vai entender que existe um equilíbrio para tudo! E que cabe a você chegar a um meio termo. Somente você sabe o peso que pode aguentar, ou aquilo que precisa se livrar...